Me falaram que eu era ruim
naquilo que eu faço de melhor.
No espelho, olhei pra mim
e pensei: e agora?

Agora eu paro e desisto?
Vou procurar outra coisa pra fazer?
Será que só eu não tinha visto,
precisava alguém me dizer!?


Opa, mas peraí.
Parei, pensei mais um segundo.
Lembrei que não preciso ouvir
a opinião de todo mundo.

Meu pai me ensinou a respeitar,
e escutar é parte do respeito.
Mas eu não preciso aceitar
o que falam de qualquer jeito.

Se uma pessoa atrás de um teclado,
escondida através de um celular
resolveu me fazer de alvo,
não quer dizer que vá me acertar.

Me disseram que isso tem nome:
chamam por aí de hater.
Deve ser pelo ódio que consome
quem xinga os outros por nada.

Uma vez eu li num livro
que todo sucesso incomoda.
E toda crítica sem motivo,
por mais que isso esteja na moda,
vem de uma frustração
que é projetada no outro.

Entender essa ação
me fez ficar mais tranquilo.
É bem nesse estilo, a coisa é exatamente assim:
o que uma pessoa diz a meu respeito,
fala mais sobre ela do que sobre mim.

E me falaram que eu era ruim
naquilo que eu faço de melhor.
Debocharam, tiraram sarro,
me chamaram de sem noção.

E eu? Eu sigo bem tranquilo.
Tô em paz no meu coração.
Tô fazendo o que eu acredito,
tô ajudando um monte de gente.
E o hater que me xingou,
ele sabe o que ele sente.

Pra mim, podem ferir o meu ego.
Eu simplesmente não posso parar.
Tem corações que dependem
da mensagem que eu vim entregar.

As pedras que me atiram
podem me deixar uma ferida.
Mas como elas monto um escudo
que tem salvado um montão de vidas.

Me falaram que eu era ruim
naquilo que eu faço de melhor.
Mas eu não vim nem pra ser bom.
Vim só pra deixar a dor de quem me segue
um pouquinho menor.

Paulinho Rahs