Meu café recém passado me faz lembrar de você. Acabo de me dar por conta disso: eu tomo café todas as manhãs e isso sempre traz a sua imagem na minha mente? Pensei em parar até com a cafeína para ver se te esquecia. O problema é que tudo me lembra você. Minha casa, minhas roupas, as músicas que ouço e até as minhas tatuagens. Me conformei. Vou lembrar de você pra sempre.

Você que ainda visualiza meus stories e sabe de tudo que eu faço. Por que essa curiosidade sobre a minha vida se foi você quem fechou a porta da última vez? Por mim a gente tentava. Nem que fosse tentar algo que não fosse sério. Eu não minto que te stalkeio. Essa decência ao menos tenho. E você? Qual a sua desculpa?

Há tantas coisas que eu preciso te dizer. Precisava te encontrar ao menos mais uma vez. Mas pensando bem, eu disse isso da última. A gente se encontrou e não foi o suficiente. Quanto tempo faz isso? Eu continuo vivendo e me alimentando de uma noite de centenas de dias atrás. Esse é o tamanho da necessidade que tenho de você.

Eu sei que juntos nós não funcionamos. Mas ainda não inventaram clínica de recuperação de apaixonados. Eu precisava ter me desintoxicado de você assim que acabou. Hoje esse vício impregnou tanto em mim que só tem duas saídas: ou morro de abstinência ou numa overdose de você.

Enquanto penso em tudo que a gente viveu, meu café esfriou sobre a mesa. A vida é que nem café mesmo: se a gente não bebe na hora, depois que esfria o gosto fica horrível. Nossa história já ficou gelada e eu sigo bebendo ela. Sozinho e sentindo esse amargo na boca. Essa é a minha eterna sina.

Paulinho Rahs

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