Eu tenho tentado ser melhor. Nem sempre eu consigo, mas já sou grato por ver evolução. Não quero mais estar certo, só quero chegar mais perto de estar em paz comigo e o mundo.
Continuar lendo “Aprendi a gostar da solidão”Havia um velho senhor lá na rua onde eu morava
que, cordial, dizia: – Buenas! – sempre que eu ali passava.
O velho era conhecido por muitos na região
por uma lenda que cercava seu nome e sua situação.
Notei que ele sempre se vestia de um jeito muito singelo:
no inverno um casaco surrado, no verão um simples chinelo.
A sua casa era antiga, uma cabana de madeira
e na varanda ele vivia lendo livros numa cadeira. Continuar lendo “O valor que as coisas têm”
Leia curtindo Slow Cheetah – Red Hot Chilli Peppers
A minha casa guarda um silêncio ensurdecedor. O quarto, que já foi pequeno, agora é imenso só pra mim. Minha cama parece ter léguas entre uma ponta e outra. Os espelhos eu evito, pois não quero nem ver o trapo que estou atualmente. Mal de ausência é dos piores que tem. Silencia, encolhe, alarga e deprime coisas que deveriam ser normais. Minha casa cheia de alegria, o quarto parecendo minúsculo, a cama bagunçada, meu sorriso nas selfies em frente ao espelho. Deixei tudo isso pra quando você voltar. Continuar lendo “Quando você voltar”
Prazer, sou amigo da solidão. Em meio a tanta gente que morre de medo dessa senhora, em meio a tanta coisa ruim atribuída a ela, que teve seu nome associado a depressão, ansiedade, agonia e saudade, me encontro aqui acompanhado apenas dela. Fui na contramão da aversão que todos sentem quando ela aparece e passei a entendê-la. Você raramente vai encontrar-se com ela em meio a multidões, embora isso seja possível. Ela costuma estar me esperando bem no meio da noite, quando todos já estão dormindo e ainda é muito cedo para acordar. Nas janelas dos prédios poucas luzes acesas, as que estão é por que foram esquecidas. Falando em esquecimento, foi quando eu me sentia jogado e esquecido aqui que ela apareceu. Continuar lendo “Amigo da solidão”