Acredito que a minha loucura ainda não tenha cura.
Não dependa de medicina ou um doutor pra me dizer o que é que eu preciso fazer para ser normal como os outros.

Sou assim desde criança. Me sinto diferente da maioria. Me sinto desajustado, deslocado, como se eu pertencesse a outro lugar.

Tento entender as pessoas. Suas razões, suas guerras internas, seus conflitos e dúvidas, as coisas que lhes fazem pensar que trariam satisfação nas suas vidas.

Confesso que sempre acabo achando tudo um tanto engraçado. A impressão que me dá é que todos buscam e veem uma grandeza em coisas não tão grandes assim. Carreira, dinheiro, bens, posses, poderes e posições de influência. Nada disso me parece fazer o menor sentido quando a gente analisa o todo de uma existência. Coisas que vão desaparecer e perder qualquer valor quando essa vida aqui acabar.

Penso muito no final da vida. Quando ela acaba, o que acontece? Eu sigo acreditando que existe mais. Muito mais. Mas onde nada que parece importante aqui vai continuar sendo.

Onde só o simples, as essências, os sentimentos vão continuar fazendo sentido. E por essas e outras me sinto aqui tão perdido.

Encontrei um pouco de calma nessa mania de por as visões que tenho do mundo em palavras e linhas.

Talvez esteja aí a minha tal cura.
A cura da minha loucura é escrever essas pajadas
para que os loucos como eu possam ler pelas madrugadas.

Paulinho Rahs

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