Abri os olhos e acordei. Mais um dia começando, outra página em branco no livro da minha vida. E sobre o que eu escreveria neste dia? Não pude deixar de me perguntar.
Afinal, alguma vez você já visualizou a sua vida como um livro? Fiquei pensando exatamente sobre o que teria no meu.

Se a vida fosse um livro e cada dia uma página, quantas páginas eu simplesmente deixei em branco? Quantas páginas eu rasguei, derramei café por cima ou deixei inacabadas?
Me sufocou a ideia de que o livro inevitavelmente terá a palavra FIM escrita qualquer dia desses. Mas e todos os capítulos que eu deixei de escrever, como ficam? Os dias que eu negligenciei ter vivido com tudo, desfrutando ao máximo, buscando o mundo. Eles simplesmente se foram? Como eu fui capaz de perder tanto tempo!?

E os melhores capítulos, já foram escritos ou estão por vir? Tantas perguntas e só uma certeza: não estou escrevendo o melhor livro que eu poderia. Ora, eu queria ser um best-seller! A real é que ando mais pra um livreco de quinta pegando poeira no sebo da esquina. Capa sem brilho, páginas amareladas, usado e mal cuidado. Esse seria o estado do livro da minha vida hoje. Quem compraria uma porcaria dessas? Que editora publicaria um rascunho assim?

Mas tudo bem, ainda temos páginas vazias para preencher. A tinta da vida ainda não secou e eu tenho sede de escrever melhor. Eu sei que posso ser muito mais. Eu sei que tenho tudo pra fazer diferente. Então, em frente vamos. Empunho a caneta e mais uma frase vou escrever. Cada dia uma página, uma página de cada vez.

O livro da minha vida pode ser qualquer coisa, menos não ser escrito.

 

Paulinho Rahs

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