Depois de tanto tempo tentando, insistindo, voltando.
Depois de tantas bebedeiras porque eu ia te ver, porque eu estava feliz por ter te visto ou triste por ter sido ferido por minhas expectativas. Depois de tanta história de idas e vindas.
Depois de anos batendo na trave, querendo ser feliz contigo, esperando a tão sonhada conquista que fui incapaz de possuir mesmo acreditando ter mais merecimento que qualquer um outro que vi por aí com o prêmio na mão…


– Mas eu tenho tanta sede! – pensava nas noites de insônia na longa volta pra casa após outra visita frustrada, te vendo sofrer nas mãos de bandeiras de outros estados e de outros países – Mas eu tenho tanta devoção, tanto amor incondicional, tanta fé em ti! Eu bato com tanta força no peito quando te visto e levo a tua imagem ali! Em nenhum outro rincão encontrarão tanta vontade quanto em mim. Por que parece que só a gente não consegue dar certo?
Eis que os ventos mudaram. O ano leva o número místico de quem já fez história nas nossas vidas. É o mesmo número na camiseta que uso com orgulho e ganhei numa fria noite de anos atrás. 

Chegou a hora. E dessa vez não tem o que me faça pensar o contrário. Contudo sigo apenas pensando, falando pouco, provocando nada. Como quem guarda um segredo e não fala pra ninguém para evitar a má sorte. Todas as formas de dar errado possíveis aconteceram, estou calejado e a dor da derrota já não machuca tanto. Amadurecemos, nós todos que te amamos tanto. Tu mudaste de casa e eu continuei indo te visitar. E por mais que jurei tantas vezes que era a última chance que eu te dava, hoje estou voltando mais uma vez.
Sabe por que? Porque eu te amo. E amor a gente não escolhe, não premedita ou planeja. A gente sente.
E tudo que eu senti de dor nesses últimos anos foi me deixando mais ressabiado. Já não faço tanto escândalo por te ver indo tão longe. Já não confio mais cegamente que alguma força sobrenatural vai estar nos protegendo e nem saio gritando aos quatro ventos que ninguém tira o que é nosso por merecimento. Fiz muito isso e me dei mal. Um pouco é tua culpa, que tornou eu e mais essas milhares de pessoas que estão deixando suas cidades para te apoiar de novo hoje a noite, em donos de uma certa arrogância após ter provado em outros tempos o tamanho da tua força.
Só que muitos anos passaram e hoje zombam de nossas cores, meu amor. Dizem que estamos adormecidos, caçoam que nossas conquistas andam empoeiradas, que as fotos estão descoloridas.
Eles não entendem, minha paixão. Não sabem do tamanho da nossa grandeza. Ficam falando toda a hora sobre um tal baile de debutante, sobre um maldito número quinze.
Só que estamos em 2016. Os ventos mudaram, a mentira acabou.
2016, paixão. 16. E isso não pode ser mera coincidência.

Paulinho Rahs

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