Se eu pudesse fugir daqui
e ir para qualquer lugar
não pensaria duas vezes
e botaria o pé na estrada.
Não pensaria em mais nada,
não tentaria levar coisa alguma.
Como um cigarro que se fuma,
e se acaba em poucos minutos,
me perderia como fumaça
tragada, no ar jogada
e num pensamento absoluto
voaria para bem longe
decidido e resoluto.

Se eu pudesse fugir daqui
sem precisar olhar para trás,
será que eu teria paz
ou me complicaria de novo?
Será que mais uma vez
me enredaria em pessoas
coisas e situações,
em impossíveis paixões
que iam me sufocar como aqui?
São tantas perguntas que vem
que não sei se evoluí
ou se perdi algum parafuso.
É certo que nesse caminho
meu sobrenome é ‘confuso’.

No fim das contas eu sigo
vagando feito mendigo
por ruas que já passei.
Em muitas casas morei
em muitas histórias me vi.
Só me esqueci de fazer a minha própria jornada.
Deixei para uma outra cartada
quando eu puder fugir daqui.

Paulinho Rahs

Publicidade