Com saúde, fazendo arte,
com os amigos marcando rolê.
O que mais eu poderia querer?

A gente nunca sabe o que a vida vai ser.
E amanhã, o que pode acontecer?
Eu? Eu decidi viver.
Decidi pagar pra ver.

Decidi pisar fundo sem medo de capotar.
É que não faz a minha linha viver sem me arriscar.
Quanta coisa boa pode vir no final do mergulho?
Sabe, ir nas profundezas, lavar a alma, deixar de lado o orgulho.

Cansei do superficial e do raso.
Eu quero encontrar o especial que pode surgir do acaso.

Com sonhos, com energia,
com toda a vida por ainda acontecer.
O que mais eu poderia querer?

Mais. Eu quero mais, essa é a realidade.
Eu quero viver uma vida pra morrer de saudade,
pra que no final alguém chegue próximo ao meu caixão
e diga com um sorriso franco:
– Caramba! Esse viveu, meu irmão!

Mas eu quero mais que dinheiro,
fama ou reconhecimento.
Quero mais que família, amigos
ou um lindo casamento.
Eu quero colecionar momentos.
Eu quero ter história pra contar.
Tanta história que vai ser difícil até de lembrar.
Quero ter coisas pra dizer que não vão nem acreditar.

Pra alguém numa rodinha perguntar:
– Cara, você viveu isso de verdade?
E eu vou responder: vivi.
Venci. Nesse jogo chamado vida, eu ganhei.
Poucos vão entender do que se trata a vitória.
Pra mim toda a glória gira em torno de uma missão cumprida:
ter uma bagagem gigantesca de experiência de vida.

Com admiradores, alguns amores,
uma porção de parceiros fiéis.
O que eu mais poderia querer?

Eu quero inverter os papéis.
Quero pintar quadros de memórias
com os mais diferentes pincéis.

Escrevi uma música uma vez
e divido agora os versos com vocês:

Diz: “Ei, faz um tempo que eu quero ter o mundo
e esmolar por aí feito um vagabundo
pra conhecer as pessoas
de verdade, como elas são.”

Eu quero, então, o palco.
A atenção.
E eu quero também
ser somente um zé ninguém
anônimo pelas ruas.
Eu quero admirar uma noite de lua
tomando um vinho barato
e conseguir ser grato,
desfrutar do “estar presente”
Acho que é isso, minha gente.
O que resume o que passa na minha mente:
menos nostalgia pelo passado.
Menos preocupação com o futuro.
Chega de estar nos lugares, mas estar ausente.
Quero viver sempre presente.

Com sede de vida, fazendo a minha corrida.
O que mais eu poderia querer?
O que eu vou te dizer
é que o que eu busco
em palavras não consigo colocar.
Só sei que quero me encontrar,
e esse mundo quero deixar
um pouquinho melhor de como estava
quando aqui eu cheguei.

Se vai dar certo eu não sei.
Mas tenho certeza absoluta
que a diferença eu vim pra fazer.
Por menor que seja, por pequena que pareça,
quero que não fique por nada
a minha razão de nascer.
Transformar a vida de quem corre comigo
é o que busco todos os dias fazer.
E o que mais eu poderia querer?

Paulinho Rahs

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