Quando me mudei da terra para o céu, confesso que não queria.
Mas ao ser recebido por Lupícinio Rodrigues, por Mário Quintana e Eurico Lara,
vi que o azul do céu era ainda mais celeste.
Daqui assistimos o Grêmio ser tri da América.
Música, alegria e reencontros que vocês nem imaginam.
Recebi Doutor Fábio Koff. Espinosa. Seu Verardi.
E todos chegaram aqui e ouviram de mim: fiquem tranquilos.
Aqui está recheado de gremistas como nós.
Um dia, fiquei entediado e pedi uma audiência com o patrão universal.
Ocupado que ele é, achei que não me receberia.
Mas consegui – desde que eu não fumasse na sua sala.
Quando cheguei de frente ao todo poderoso tive que dizer:
– O céu é azul por que eu sei que tu és gremista!
Ele sorriu e me perguntou:
– O que tu gostarias de saber, Santana?
E eu simplesmente respondi:
– Sei que o senhor tem muito pra se preocupar.
Eu só gostaria de confirmar se alguma vez tu já interferiste no futuro do Grêmio.
Seu semblante ficou sério. E após alguns segundos ele me respondeu, sereno:
– Eu sou pai deste povo todo. Não interfiro em futebol. Mas confesso que duas vezes botei a mão neste Grêmio que tu tanto ama.
A primeira foi naquele dia em Tóquio…
Eu respondi:
– Eu estava lá. Eu sei que teve dedo teu! Muito obrigado.
Ao que virei as costas para me retirar, o onipotente me perguntou:
– E a segunda vez, você não quer saber qual foi meu filho?
E eu finalizei a nossa conversa dizendo-lhe:
– Ah meu senhor…. Eu vi todo o milagre ser operado com meus próprios olhos no dia 26 de Novembro de 2005.
Desde então não o perturbei mais com assuntos de futebol.
Mas eu, Koff, Lupi, Lara e alguns outros sempre nos reunimos na bodega do São Pedro pra ver o Tricolor jogar.
Paulinho Rahs
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